LARINGOSCOPIA E BRONCOSCOPIA

O que é cada procedimento?

A endoscopia respiratória é um exame que permite, através de um aparelho com fibras ópticas, a visualização interna do sistema respiratório, desde a laringe até os brônquios. Quando o exame se restringe à laringe (região das cordas vocais), é chamado de laringoscopia direta. Ao incluir a traqueia no procedimento, o médico realiza então uma traqueoscopia. E por fim, quando o aparelho avança ainda mais, chegando a atingir os brônquios, trata-se de uma broncoscopia.

Quando estão indicados?

A análise da laringe está indicada principalmente em alguns casos de disfonia ou rouquidão, sendo fundamental para o diagnóstico de lesões das cordas vocais, como pólipos, calos ou até mesmo o câncer da laringe. A visualização da traqueia é necessária em avaliações de pacientes com traqueostomia, doenças da tireoide e do esôfago, sendo possível identificar causas de obstruções à passagem do ar. Os brônquios precisam ser examinados principalmente nos casos de hemoptise (escarro com sangue), onde é possível fazer facilmente o diagnóstico do câncer de pulmão quando a lesão é endobrônquica (na parte interna dos brônquios) através de biópsias diretas. Outra forma de obter material é através da biópsia transbrônquica, onde é possível obter pequenos fragmentos do pulmão introduzindo-se pelo aparelho pinças finas e guiadas sob visão em locais onde o aparelho não chega, mas onde possivelmente encontra-se uma lesão pulmonar identificada por outros métodos de imagem (tomografia ou ressonância). Em outras doenças como fungos, pneumonia e tuberculose, a indicação da broncoscopia não é tanto examinar os brônquios, mas sim colher material dos alvéolos pulmonares, que é o lavado broncoalveolar.

Como são feitos os exames?

A anestesia é realizada de forma tópica e endovenosa para evitar o desconforto do exame, assim como inibir os reflexos de náusea e tosse. Após a aplicação dos anestésicos e o paciente sedado, o aparelho é introduzido por uma das narinas (ou pela boca) e assim é possível a visualização da laringe, assim como introduzir o aparelho pela traqueia até os brônquios. O procedimento de uma laringoscopia dura em média 5 minutos. Já uma broncoscopia demora entre 10 e 15 minutos, dependendo das técnicas a serem utilizadas para a coleta de material.

O que o paciente vai sentir?

Apesar da curta duração do exame, antes do paciente ser sedado é preciso realizar a anestesia local com lidocaína spray e o paciente pode não sentir mais sua própria saliva. Por não perceber mais a entrada normal do ar pela traqueia, algumas pessoas confundem essas sensações com “não conseguir engolir” e ter “falta de ar” com a sensação de “garganta tapada. Após a sedação, a grande maioria dos pacientes não percebem a realização do exame e acordam somente após o término do procedimento, sendo os sintomas na garganta e a tosse os mais frequentes.

Quais são os riscos?

Os riscos são pequenos e também dependem das técnicas utilizadas para coleta de material. Hemoptise (escarro com sangue) logo após o exame é a complicação mais comum, sendo o sangramento pequeno e autolimitado (cessa rápido e espontaneamente) na grande maioria dos casos. Quando na broncoscopia é necessário realizar o lavado broncoalveolar, o paciente pode eventualmente sentir incômodo no tórax ou febre no mesmo dia do exame. A anestesia na boca, a tosse e a impressão de ter falta de ar são sensações que, quando exageradas, não costumam durar mais do que 30 minutos após o término do exame. A realização de biópsia transbrônquica acrescenta outro risco: o de vazamento de uma pequena quantidade de ar ao se obter um fragmento do pulmão. Este ar pode ficar na cavidade pleural – o espaço entre o pulmão e a parede torácica (pneumotórax) -, “roubando” espaço do pulmão e impedindo sua expansibilidade adequada. Assim, o paciente apresenta dispneia (falta de ar). Isso acontece em cerca de 5% das biópsias transbrônquicas e é motivo para uma radiografia de tórax. Confirmando-se o pneumotórax, o tratamento consiste na maioria das vezes em repouso domiciliar por 24 a 48 horas e, naqueles casos em que ocorre um vazamento de maior magnitude, é aconselhável internação e drenagem pleural (instalação de um pequeno tubo entre as costelas, sob anestesia local), para drenagem do ar.

O que se pode fazer após o exame?

Os riscos são pequenos e também dependem das técnicas utilizadas para coleta de material. Hemoptise (escarro com sangue) logo após o exame é a complicação mais comum, sendo o sangramento pequeno e autolimitado (cessa rápido e espontaneamente) na grande maioria dos casos.